segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Eu não vou, mas ele vai...

Quem pensa que a cozinha da casa está as moscas só porque eu não tenho me aventurado por ela muito se engana...




Sábado desses, quando cheguei em casa por volta de 1h da tarde, senti ainda na rua um cheiro bom, de um tempero conhecido... Torci para o cheiro vir da minha casa. Não deu outra: o marido lindo tinha preparado frango na cerveja preta!

Divino! E ele disse que resolveu fazer o almoço só porque lembrou que na geladeira tinha um pedaço de bacon precisando ser consumido...


Para a salada: 3 tipos de alface (crespa, americana e roxa) + rúcula + agrião + tomatinho cereja. Temperada com: molho de balsâmico, mostarda e mel + blend de linhaça e gergelim branco e preto.
Tudo muito simples... E simplesmente delicioso!

Dica: Para casa onde moram apenas 2 pessoas que raramente fazem as refeições em casa, vale a pena comprar salada de folhas pronta no supermercado. Não que seja barato, mas é a possibilidade de se comer folhas variadas, sem que boa parte estrague na geladeira (eu chamo isso de "o caro que sai barato"). Uma bandeja que é bem grandinha custa em torno de R$4, vem com umas cinco variedades de folhas e rende umas 4 porções (maiores do que esta da foto). Se eu comprar 3 pés de alface -cada 1 de um tipo- e um molho de rúcula ou agrião vou pagar beeeeem mais que isto, consumir praticamento o mesmo número de vezes e jogar fora (de coração partido) uns 80%...

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Sol, praia e vinho branco!


Em janeiro (de 2009) viajamos para a praia! Cabo Frio!

(E eu preparei este post logo que voltamos, só esqueci de anexar as fotos e publicar! Hoje estava dando uma geral nos rascunhos do blog e me deparei com isto! Antes tarde do que nunca...)

Uma semana para recarregar as energias!

E como o programa foi bem adulto, resolvemos comprar alguns vinhos brancos para degustar e harmonizar com receitas que em geral não temos facilidade para fazer: peixes e camarões!

Levei receitas escolhidas a dedo, de blogs que eu adoro!

E assim passamos uma ótima semana:

1º Dia: sessão de queijos e vinhos (não encontrei foto)


2º Dia: sarda e anchova no sal grosso (foto péssima: peixe morto é pouquíssimo fotogênico)

3º Dia: camarão na churrasqueira - Receita lá do Sopa Vermelha, da Fá.


É tão fácil de fazer que a gente chega a desconfiar: basta (e isso não é tão fácil assim quando estamos longe do litoral) ter camarões bem frescos!
Simplesmente divino!!! E a harmonização foi excelente!




4º Dia: sarda e anchova com recheio de farofa de camarão






5º Dia: espaguetti ao molho branco com camarão e gengibre









Ô saudade!... Não vejo a hora de voltar. Chega dezembro, chega logo!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

(Belo) Horizonte para novas experiências gastronômicas...

Não tenho tido tempo e, consequentemente, vontade para me aventurar na cozinha...

A boa notícia é que nem por isso este blog precisa ficar longe da boa mesa! (Quem lê até pensa que sou expert cozinheira, rsrsrs...)

Desde o dia 20 de setembro (até o dia 03/10/2010) está acontecendo em BH o Restaurant Week. Um evento que tem como proposta democratizar a alta gastronomia, possibilitando que mais pessoas experimentem, e que fiquem com gostinho de quero mais, lógico! Ou seja: bom para os restaurantes, que tem a chance de ampliar a clientela, e ótimo para nós - simples mortais - que temos a chance de conhecer locais, chefs e uma culinária mais sofisticada!

A estratégia é oferecer menus especiais (entrada + prato principal + sobremesa) por preços reduzidos em todos os restaurantes: R$ 28,50 no almoço e R$ 40,00 no jantar, por pessoa.

Esta idéia nasceu lá em Nova York, em 1992, e deu tão certo que acabou se espalhando...

Em BH, nesta primeira edição do evento, 30 casas aderiram. O segredo é saber escolher, já que nem todas toparam reduzir consideravelmente seu lucro e por isso desenvolveram um menu específico com ingredientes mais baratos... (mas isso já é tema para outra hora!)

Este certamente não é o caso do Hermengarda, como você pode conferir aqui.

Chef Guilherme Melo e seu menu para o RWBH
foto do Divirta-se

Tive a sorte (mistura de pouquinho de intuição e com anteninhas ligadas) de escolher - na verdade, cismar -de conhecer este restaurante que eu já namorava há um tempinho (eu trabalho pertinho) e fui muito feliz! Fomos felizes, na verdade, já que além do marido lindo, acabei combinando a ida lá com duas amigas queridas - uma aniversariante da véspera - com seus respectivos! Reservamos portanto uma mesa para 6 pessoa na última sexta-feira!

O atendimento foi perfeito desde a mesa escolhida na parte coberta, mas ao lado da jabuticabeira, passando pela simpatia do chef que recebe pessoalmente cada cliente, até os garçons atenciosos e atentos!

O menu, simplesmente divino, consistiu de cogumelos recheados com linguiça defumada (entrada), lombo ao molho de cupuaçu e farofa com damasco e azeitona (prato principal) e goiabada envolta em castanha de caju sobre catupiry (sobremesa, bem mineirinha!).

Acompanhamos tudo com um vinho Malbec argentino, que coincidentemente eu já andava de olho, o Finca La Linda, que agradou a todos - em diferentes níveis. Eu achei muito bom! E apesar de ser um dos mais baratos da carta (R$ 60), acaba contribuindo para pesar no bolso... mas fazer o quê? Não dá para resistir!

Só posso dizer que valeu muito a pena! Deliciosa comida, excelentes companhias, boa conversa, ótimo vinho, atendimento perfeito e ambiente agradável e aconchegante!

Para mais detalhes, visite o post do Eduardo Girão, também com fotos!

Não parei por aqui... em breve outras experiências gastronômicas!

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

No mês dos pais...

Especialmente ao meu pai, pelo seu aniversário hoje...

Uma pequena homenagem...


"(...)

- Vou contar-lhe uma história.
E falou de um incerto pai que não sabia dar tamanho amor pelo seu filho. Certa vez registrou-se um incêndio no casebre em que viviam. O homem pegou no menino ao colo e se afastou da tragédia, caminhando pela noite fora. Deve ter superado o limite deste mundo pois quando, por fim, decidiu colocá-lo no chão, reparou que já não havia terra. Restava um vazio entre vazios, rompidas nuvens entre desmaiados céus. Para si mesmo, o homem concluiu:
- Agora, só no meu colo meu filho encontrará chão.
Nunca esse menino se apercebeu que o imenso território onde depois viveu, cresceu e fez filhos não era senão o regaço do seu velho progenitor. Muitos anos depois, quando abria a sepultura do pai, chamou o seu filho e lhe disse:
- Vê a terra, filho? Parece areia, pedras e torrões. Mas são braços e abraços.
(...)"

Mia Couto, Antes de Nascer o Mundo (pag. 50 e 51)

terça-feira, 24 de agosto de 2010

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Sobre silêncios...

Sou uma pessoa muito reservada... ao mesmo tempo, sou muito falante quando me sinto à vontade. Mas gosto de momentos de silêncio.

O silêncio que eu mesma sou capaz de fazer, estando junto com alguém ou com várias pessoas já me incomodou muito. Estar em silêncio na presença do outro me deixava a sensação de que eu não tinha (ou não demonstrava ter) afinidade, simpatia, intimidade, amizade e sei lá mais o quê!

Hoje já entendo melhor o silêncio...

Achei interessante o fato de que algumas leituras recentes que fiz trouxeram a questão de maneira tão forte... Por isso resolvi compartilhar!



De Mia Couto, Antes de Nascer o Mundo:

"A família, a escola, os outros, todos elegem em nós uma centelha promissora, um território em que podemos brilhar. Uns nasceram para cantar, outros para dançar, outros nasceram simplesmente para serem outros.Eu nasci para estar calado. Minha única vocação é o silêncio. Foi meu pai que me explicou: tenho inclinação para não falar, um talento para apurar silêncios. Escrevo bem, silêncios, no plural. Sim, porque não há um único silêncio. E todo o silêncio é música em estado de gravidez.

Quando me viam, parado e recatado, no meu invisível recanto, eu não estava pasmado. Estava desempenhado, de alma e corpo ocupados: tecia os delicados fios com que se fabrica a quietude. Eu era um afinador de silêncios.

- Venha, meu filho, venha ajudar-me a ficar calado.

E era assim todas as noites (...). Depois, ele inspirava fundo e dizia:

- Este é o silêncio mais bonito que escutei até hoje. Lhe agradeço, Mwanito.

Ficar devidamente calado requer anos de prática. Em mim era dom natural, herança de algum antepassado." (pgs. 13 e 14)


De Isabel Allende, A Soma dos Dias:

"Janeiro chega depois de alguns meses sem escrever, nos quais vivi voltada para fora, na balbúrdia do mundo, viajando, promovendo livros, dando conferências, rodeada de gente, falando demais. Barulho e mais barulho. Mais que de qualquer outra coisa, tenho medo de ter me tornado surda, não poder ouvir o silêncio. Sem silêncio, estou em apuros." (pag. 12)

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Mia Couto: andei lendo...

Eu 'conheci' o Mia Couto através de uma blogueira-amiga-virtual, a Fabrícia, do Sopa Vermelha...

Vira e mexe ela posta uma imagem linda seguida de uma frase do Mia. Tudo com uma sensibilidade de emocionar!

Assim, um dia, me peguei em uma livraria sorrindo, de orelha a orelha, ao me deparar com um livro dele! Nunca tinha procurado, mas quando o encontrei, sem querer, senti uma alegria como se tivesse encontrado algo que procurava com fervor! Mesmo assim não comprei o livro na hora... Eu sou assim... Insegura, indecisa... e quase nunca faço compras por impulso! Mas o marido lindo observou a cena, perguntou, quis saber e dois dias depois me presenteou com o livro "Antes de Nascer o Mundo".

O livro é simplesmente delicioso, uma história inusitada, entre sonho e realidade, que causa estranheza e traz consigo mensagens e reflexões profundas, atuais, mas que não são óbvias. Eu realmente adorei o livro! Algumas vezes quis dar colo ou oferecer o meu ombro aos personagens, entendendo-os apesar de vivermos em realidades tão distintas...

Deixo aqui algumas citações, bem poucas, perto de tantas que me tocaram... (os negritos são meus! rsrsrs...)


"Eu nasci para estar calado. Minha única vocação é o silêncio. Foi meu pai que me explicou: tenho inclinação para não falar, um talento para apurar silêncios. Escrevo bem, silêncios, no plural. Sim, porque não há um único silêncio. E todo o silêncio é música em estado de gravidez.
(...)
- Venha, meu filho, venha ajudar-me a ficar calado.
E era assim todas as noites (...). Depois, ele inspirava fundo e dizia:
- Este é o silêncio mais bonito que escutei até hoje. Lhe agradeço, Mwanito.
Ficar devidamente calado requer anos de prática. Em mim era dom natural, herança de algum antepassado." (p. 13 e 14)

"Viver? Ora, viver é cumprir sonhos, esperar notícias." (p. 22)

"Velhice não é idade: é um cansaço." (p.22)

"Sentado ao volante da desfalecida máquina, eu podia ter inventado viagens infinitas, vivenciado distâncias e cercos. Como faria outra qualquer criança, poderia ter dado a volta ao planeta, até que o universo inteiro me obedecesse. Mas isso nunca sucedeu: o meu sonho não aprendera a viajar. Quem viveu pregado a um só chão não sabe sonhar com outros lugares" (p. 24)


"- Escrever no baralho?
- Há outro papel por aqui?
- Mas com o baralho que jogamos?
- Exactamente por isso: o pai nunca irá desconfiar. Já fazemos batota no jogo. Agora, faremos batota na vida.
Foi dessa maneira que estreei o meu primeiro diário. Foi também assim que ases e valetes, damas e reis, duques e manilhas passaram a partilhar os meus segredos. Os rabiscos minúsculos encheram copas, paus, ouros e espadas. Nesses cinquenta e dois quadradinhos verti uma infância de queixumes, esperanças e confissões. No jogo com Ntunzi, sempre perdi. No jogo com a escrita, perdi-me sempre." (p. 42 e 43)

- Estou cansado, pai.
- Cansado de quê? Se você não faz nada, de manhâ à noite?
-Não viver é o que mais cansa. (p.65)


"Não chegamos realmente a viver durante a maior parte da nossa vida. Desperdiçamo-nos numa espraiada letargia a que, para nosso próprio engano e consolo, chamamos existência. No resto, vamos vagalumeando, acesos por breves intermitências." (p.115)

"Vês como fico pequena quando escrevo para ti? É por isso que eu nunca poderia ser poeta. O poeta se engrandece perante a ausência, como se a ausência fosse o seu altar, e ele ficasse maior que a palavra. No meu caso, não, a ausência me deixa submersa, sem acesso a mim.
Este é o meu conflito: quando estás, não existo, ignorada. Quando não estas, me desconheço, ignorante. Eu só sou na tua presença. E só me tenho na tua ausência. Agora, eu se. Sou apenas um nome. Um nome que não se acende senão na tua boca." (p.132)

"Perseguida pelo medo da velhice, deixei envelhecer a nossa relação. Ocupada em me fazer bela, deixei escapar a verdadeira beleza, que apenas mora no desnudar do olhar. O lençol esfriou, a cama se desaventurou. Esta é a diferença: a mulher que encontraste aí, em África, fica bela apenas para ti. Eu ficava bela para mim, que é um outro modo de dizer: para ninguém.
É isso que essas negras têm que nunca podemos ter: elas são sempre o corpo inteiro. Elas moram em cada porção do corpo. Todo o seu corpo é mulher, todo o seu tempo é feminino. E nó, brancas, vivemos numa estranha transumância: ora somos alma, ora somos corpo. Acedemos ao pecado para fugir do inferno. Aspiramos à asa do desejo para, depois, tombarmos sob o peso da culpa." (p. 135)

"-És parecida com a Terra. Essa é a tua beleza.
Era assim que dizias. E quando nos beijávamos e eu perdia respiração e, entre suspiros, perguntava: em que dia naceste? E me respondias, voz trémula: estou nascendo agora. E a tua mão ascendia por entre o vão das minhas pernas e eu voltava a perguntar: onde naceste? E tu, quase sem voz, respondias: estou nascendo em ti, meu amor. Era assim que dizias. Marcelo, tu eras um poeta. Eu era a tua poesia. E quando me escrevias, era tão belo o que me contavas que me despia para ler as tuas cartas. Só nua eu te podia ler. Porque te recebia não em meus olhos, mas como todos o meu corpo, linha por linha, poro por poro."(p.136)

"Ao contemplar a queimada na savana, me veio uma saudade dessa troca de fogo, o espelho do deslumbramento em Marcelo. Deslumbrar, como manda a palavra, deveria ser cegar, retirar a luz. E afinal era agora um ofuscamento que eu pretendia. Essa alucinação que uma vez sentira, eu sabia, era viciante como morfina. O amor é uma morfina. Podia ser comerciado em embalagens sob o nome: Amorfina." (p. 140)

"Era certo que a invasão da sensualidade negra era um sinal que os padrões de beleza se tornaram menos preconceituosos. A nudez da mulher negra, contudo, me conduzia ao meu próprio corpo. Pensando no modo como via o meu corpo concluí: eu não sabia estar nua. E dei conta: o que me cobria não era tanto o vestuário mas a vergonha. Era assim desde Eva, desde o pecado. Para mim, África não era um continente. Era o medo da minha própria sensualidade. Uma coisa parecia certa: se queria reconquistar Marcelo, precisava de deixar África emergir dentro de mim. Precisava de fazer nascer, em mim, a minha nudez africana." (p. 177)
"Aproximado disse que as ruas do bairro eram pequenas, bastante passeáveis. Eu que fosse por elas com meu pai, a ver se ele ganhava distracção. Hoje sei: nenhuma rua é pequena. Todas escondem infinitas histórias, todas ocultam incontáveis segredos." (p. 231)

"É por isso que te escrevo. Não há morte, nesta carta. Mas há uma despedida que é umpequeno modo de morrer. Lembras-te como dizia Zacaria? 'Tive as minhas mortes, felizmente, todas elas passageiras.' A minha única morte foi a de Marcelo. Essa, sim, foi o primeiro desfecho definitivo. Não sei se Marcelo foi o amor da minha vida. Mas foi uma vida inteira de amor. Quem ama, ama para sempre. Nunca faças nada para sempre. Excepto amar." (p. 241-242)




quarta-feira, 28 de julho de 2010

Ontem e há dez anos...



Para o meu Amor.

Ontem completaram-se 10 anos desde o nosso primeiro beijo. Depois do 1º vieram muitos outros. -Muitos mesmo!, diria o marido lindo, pois eu sou uma beijoqueira incurável e estou muito feliz assim. Não faço esforço algum para mudar.

O primeiro beijo foi escondido de todos, secreto. Nosso primeiro segredo. Segredo que depois foi revelado, para poucos, é verdade e por isso, mesmo revelado, continuou a ser segredo! Em seguida - coisa de algumas semanas, quase um mês! - o romance deslanchou e deixou de ser segredo. Não de uma hora para outra, mas aos poucos... O romance deixou de ser segredo, mas o primeiro beijo não!

Ontem comemoramos com um risotto, feito em casa, a 4 mãos, e nos lembramos do nosso primeiro risotto feito assim, há pouco mais de 1 ano: desastre absoluto, que foi, gentilmente, chamado de gororoba de arroz empapado!

O primeiro beijo foi inusitado e ... delicioso! Todos os outros beijos foram deliciosos!

O primeiro risotto foi planejado e ... horroroso! Todos os outros foram no mínimo bons! Alguns deliciosos!

Tem sido assim nestes 10 anos: experimentamos juntos muitas coisas! Algumas deram certo na primeira tentativa, outras nem tanto e viraram motivo de riso, mas não desistimos; insistimos sempre! E é bom, hoje, olhar para trás e ter a certeza de que tudo valeu, de que não podia ter sido melhor, de que eu não podia ter sido mais feliz!

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Arroz de Palma

Meu marido diz que a culpa é da televisão: se eu não assistisse novela ou série alguma poderia ler mais... Eu argumento, acreditando, que ao fim do dia o cansaço mental é tanto que é preciso ver a novela, que vazia como é, não me faz pensar... Vejo e escuto sem nada absorver, me livro dos pensamentos do dia trabalhado, com o corpo acolhido na rede ou esborrachado no sofá. As séries tem a vantagem de serem um pouco mais divertidas e ainda mais distantes da minha realidade!

Enfim, eu também preferia ler a ver TV, mas simplesmente, neste caso, não consigo!

Então a leitura continua em horários restritos pela manhã e nos finais de semana.

Bom, mas desde o final de 2008, quando eu me propus a tentar recuperar o hábito da leitura, eu recuperei também o prazer de ler (e inaugurei aqui no blog a secção andei lendo...)! Ler é uma delícia! Recomecei devagar, por livros que fluem facilmente ou que eu já havia lido na época do colégio e gostado. Foi um aquecimento, para desenferujar!

A leitura vai indo, no meu ritmo, do jeito que me dá prazer! O que não tem conseguido acompanhar o ritmo da leitura são os posts das mesmas aqui no blog... Descobri que nestes quase 2 anos eu li uns 15 livros (se a memória não falhou!), no entanto foram apenas 3 postagens! Sem problemas, sem obrigação, ... mas postar sobre o que li é um jeito de poder resgatar esta leitura, é uma coisa que realmente gosto! Adorei, com um clique, 'voltar' em 2008 e ver o que eu tinha selecionado para postar sobre Fernando Sabino, por exemplo!

Um ou outro livro possivelmente não irá despertar vontade de escrever um post, como foi o caso de Código da Vinci e o O Mundo de Sofia! Eu gostei do livro de Dan Brown, devorei (dentro dos meus padrões, visto que eu leio bem devagar), mas dizer o que sobre ele? Sei lá... Tanto já foi dito... Preguiiiiça... Já o de Joinster Gaarder eu custei para terminar! E apesar de meio adolescente eu prefiro a historinha fictícia do que a história da filosofia. Rsrsrs...


Reinauguração: Andei lendo...

Bom, chega de conversa! Vou logo reinaugurar esta seção com um dos livros que eu mais gostei na temporada: Arroz de Palma, de Francisco Azevedo!

Eu gostei tanto, ele me marcou tanto, que ainda não consegui devolvê-lo ao seu dono - meu sogro - que gentilmente me emprestou. Fico olhando o livro e querendo tê-lo por perto... E chego a folhear e reler alguns trechos... fecho e fico relembrando de outros...

Ao invés de devolver, sucedeu-se o contrário... já comprei dois exemplares para presentear pessoas queridas! O primeiro dei a meu pai, antes mesmo de ter terminado a leitura! Achei que ele se identificaria bastante com o personagem principal! Me lembrei muito do meu pai enquanto lia! Também me lembrei do meu avô paterno! O livro é totalmente 'família'! Também pensei na minha mãe e nas minhas irmãs... O segundo exemplar dei a uma grande amiga (brasileira, que mora no Chile). Enquanto passava alguns dias aqui ela disse que queria comprar um bom livro em português! O autor sendo brasileiro, melhor ainda! Ela é tão 'família' quanto eu e o livro!

Trata-se de um romance sobre a vida de Antônio, que, aos 88 anos, está na cozinha de sua fazenda preparando o almoço que será servido à família, numa reunião tão sonhada e desejada, quanto adiada. À medida que prepara a comida, nos conta de sua história, desde o casamento de seus próprios pais, passando por sua infância com seus irmãos, o nascimento de seus filhos, sua velhice, e agora o grande dia! Quase tudo é contado sob o seu ponto de vista, mas antes da última página ele nos deixa enxergar um pouco através do olhar de seus irmãos e nos revela assim que a vida familiar é ainda mais rica! E nos faz refletir...

Alguns trechos, só para dar um gostinho deste delicioso arroz...

"Eu aqui, um velho de 88 anos. Para os mais novos, o Avô Eterno, o que não teve começo nem terá fim, o que já veio ao mundo com esta cara enrugada. Eu aqui, de avental branco, picando o tempero verde. Preparo o almoço de família. Terei forças? 88: dois infinitos verticais. É boa idade, será uma bela festa." (p.09)

"Lembranças vivas em todos os sentidos: paladar, olfato, audição, visão e tato. Sigo em frente. (...) Sou passado, presente, futuro - três pessoas distintas reunidas numa só, mistério da terreníssima trindade." (p. 09-10)

"Velho sente saudade de mãe e de pai. Tudo faz tanto tempo! Velho quer colo, quer colher na boca vindo de aviâozinho, quer - banho tomado - que lhe ponham na cama, lhe aconcheguem com lençol limpo e travesseiro macio. (...) Velho sente saudade da instância superior. Quem o julgará com isenção e sabedoria? Quem, melhor que ele, saberá, imparcial, examinar o mérito da questão? Velho é criança de fôlego diferente. Já não lhe interessam as correrias nos jardins, o sobe e desce das gangorras, o vaivém dos balanços. É tudo muito pouco. O que ele quer agora é desembestar no céu, soltar os bichos que colecionou a vida inteira." (p. 10)

"Cedo também aprendi que o corpo conhece outras maneiras de se purificar. A urina, a menstruação, o vômito, as espinhas, o esperma, a coriza e o suor, tudo nos purifica. O que o corpo põe para fora é sinal de purificação. Assim, as lágrimas seriam a forma mais elevada de nos purificarmos. E o nascimento de uma criança, a mais completa." (p. 22)


"Neto faz bem à saúde. Se avô é pai com açúcar, neto é filho com proteínas, vitaminas e sais minerais. Um abraço de neto a cada 24 horas substitui perfeitamente qualquer tipo de medicamento." (p. 24)


"- Antonio, te amo muito, sabes?
- Eu também te amo, Tia.
- Amas nada! Quanto? Diz.
Abro os braços o mais que posso. Tia Palma provoca.
- Só isso?
Continuo com os braços estendidos ao máximo. Olho uma e outra extremidade. Movo a ponta dos dedos tentando alcançar uma medida de amor ainda maior. Esforço inútil. Mas mostro que não vou desistir assim tão fácil. Mesmo que leve tempo.
- Quando eu crescer, meus braços vão crescer também, não vão?
- Claro que vão, meu querido.
Encolho os ombros e faço minha melhor oferta.
- Então você vai ter que esperar eu crescer.
O sorriso de Tia Palma me mostra que entre um cantinho e outro da boca, sem muito esforço, cabe todo o amor do mundo. Amor desmedido que dispensa palavras e gestos largos." (p. 28-29)

E tem muito mais! Um dia eu continuo...

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Lisboa


Não estou conseguindo tempo para fazer as postagens da viagem como eu queria...

Para não deixar passar muito tempo e acabar perdendo o calor do momento, vou tentar simplificar e postar de uma vez, aos poucos e como der!

Em primeiro lugar: a viagem foi fantástica, uma delícia!

Vou escrever aqui as minhas impressões pessoais, isto não significa que é tudo verdade única e absoluta, é apenas como eu vivi, experimentei e passei este 14 dias!

Roteiro Básico:

Lisboa - Londres - Paris - Barcelona


Foram 2,5 dias em Lisboa. Andamos pela Baixa e por Alfama. Conhecemos o Castelo e tivemos lindas vistas da cidade dos miradouros. Jantamos comida alentejana! Fomos ao Parque das Nações, a parte moderna criada para a Expo 98, e deliramos com o Oceanário! Depois passamos rapidamente pelo Chiado, elevador de Santa Justa, mas não
chegamos ao Bairro Alto, onde queríamos jantar no dia seguinte. Fomos a um restaurante com Fado (Casa de Frades) e adoramos a experiência! No terceiro dia devo abrir um parênteses com o que não foi planejado: tivemos que ir bem cedo para o aeroporto, para tentar solucionar como chegaríamos a Londres com a fumaça do vulcão! Entre filas e conversas via web com nossa agente de turismo perdemos quase o dia todo! Apenas as 4 da tarde saímos do hotel em direção a Belém! Não perdemos os pastéis: simplesmente divinos!!!! Mas não conseguimos visitar o Mosteiro, nem a Torre, nem nada pelo lado de dentro, pois tudo já tinha fechado! Uma pena... Mas mesmo assim o passeio até lá valeu, pois é tudo muito bonito! O desgaste deste dia e a ansiedade pelo que aconteceria no seguinte nos fez desanimar do jantar no bairro Alto e optamos por bacalhau na Baixa Pombalina!

A cidade, com todas suas peculiaridades e maravilhas nos encantou e deixou a certeza de querermos voltar! Lá nos sentimos em casa, reconhecendo nossas raízes, e ao mesmo tempo estrangeiros até na língua!

Rio Tejo na frente da Praça do Comércio

Mosteiro dos Jerônimos

Castelo

Oceanário

Bondinho "Elétrico 28"

Mar... de telhados e o rio Tejo


Espero que em breve, eu traga mais de Lisboa ou um pouco das outras cidades!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Diário de Viagem: ele começa antes do embarque

4 cidades, 4 países!
Lisboa, Londres, Paris e Barcelona!


Capítulo Zero: Um vulcão, 4 dias de tensão e um menininho fofo angustiado...

Depois de quatro dias muito tensos por causa da fumaça preta (será que ela veio da ilha do Lost?) expelida pelo vulcão ativo da Islândia, que fez os aeroportos da Europa suspenderem milhares de voos e fecharem o espaço aéreo de muitos países... Depois de dias recebendo telefonemas de parentes e amigos ansiosos querendo saber se conseguiríamos embarcar e até nos aconselhando a desistir... Finalmente estávamos felizes, a caminho do aeroporto, levados por meus pais, quando minha irmã liga no celular dizendo que o menininho fofo quer falar comigo:

" - Tia Cacá, você vai paLa o Portugal?" (com voz de choro)
" - Sim, meu amor, eu vou em Portugal também. Porque?"
" - Você tLaz de lá um pouco do dinheiLinho que o Portugal robou do Brasil?" (com voz de choro, muito sentido e indignado)
E eu: " - ???!!!" (segundos de silêncio sem saber o que falar)
Tentativa de argumentar: "- Não é bem assim, meu amor, quando eu voltar a gente conversa e eu te explico melhor, tá?"
" - Ah... Por favor, tia, promete que vai trazer pelo menos um pouquinho do dinheiLo?"
" - Tá bom, meu amor, eu prometo que vou ver o que é possível!"

Minha irmã explicou que na escola ele está estudando sobre Tiradentes e provavelmente a contextualização que fizeram sobre os motivos pelos quais o Brasil queria se tornar independente de Portugal ficou bastante confusa na cabecinha dele, no alto de seus 5 anos!

Este episódio foi o que marcou a nossa despedida do Brasil!

Monumento aos Descobrimentos, no bairro de Belém, em Lisboa: Foi deste lugar que no dia 9 de março de 1500 zarpou Dom Pedro Alvares Cabral para encontrar um novo caminho às Indias, e acabou descobrindo o Brasil.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

O motivo do meu sumiço

Tirei férias (bem merecidas, eu considero!) e viajei por 2 semanas! Este é o motivo por eu ter desaparecido da blogosfera por tanto tempo!

As 3 semanas que antecederam a viagem foram de ritmo alucinante para que eu deixasse tudo em ordem no serviço e preparasse bagagem e roteiros!

E o que posso dizer é que valeu tudo: todo o esforço, toda a economia, todas as dicas, todas as pesquisas, todo o planejamento e tudo que foi sonhado!

Viajei para Europa, aliás, viajamos, eu e o marido lindo (meu amorzão!), pela primeira vez! Mais um sonho que realizamos juntos e partilhamos em todos os momentos, em cada descoberta, em cada surpresa e em cada aperto!

4 cidades, 4 países!

Lisboa, Londres, Paris e Barcelona!

Um roteiro que eu chamo de básico, para uma visão geral, para primeira vez, enfim, apenas para começar! Que venham muitas outras viagens e que esta tenha sempre um lugar especial nos nossos pensamentos e sentimentos!

A viagem foi incrível! Vou tentar postar aqui um pouco do que vimos, vivemos, experimentamos e sentimos!

PS: Mas espero também conseguir atualizar o blog com outros assuntos: vários posts que ficaram rascunhados, muitos sobre minhas últimas leituras, outros sobre os meninhos fofos e algumas receitas testadas...

sábado, 27 de março de 2010

Marido 'chef' em um jantar 'folk'



Tivemos mais um daqueles jantar entre amigos que já contei aqui (quando eu levei a sobremesa).

A diferença é que desta vez o jantar era por nossa conta! E a sobremesa é que foi delegada a outros!


E como o marido lindo já havia prometido aos amigos, atacamos de culinária folk, um conceito do marido lindo que eu já expliquei aqui! Ele foi o chef e eu a ajudante!


O prato escolhido foi frango na cerveja preta com farofa de maracujá!


Escolher o prato não foi nada fácil... Aliás, foi o mais difícil! Eu explico:
Para ser folk tínhamos que escolher um prato que remetesse às nossas raízes, à nossa tradição... E como bons mineiros, a gente logo pensou em costelinha (fizemos uma ao molho de vinho de jabuticaba, certa vez... sem comentários! e tem também a versão no suco de mixirica! hummm...), feijão tropeiro, pernil, frango com quiabo e tantas outras! Mas, existia um porém: dentre os nossos amigos um não come carne de porco (isto eliminou 40% das possibilidades!) e outra não come carne vermelha, nem frango ensopado (isto eliminou mais 50% das possibilidades!)! Sobraram 10% de possibilidades que na verdade não sabíamos bem quais eram! Rsrsrsrs...
Podíamos fazer um peixe, mas para ser mineiro o melhor é que fosse peixe de rio, especialmente surubim. Mas nunca fizemos antes! Ou podia ser frango (assado, frito, grelhado) desde que não fosse ensopado!
Farofa seria um acompanhamento ótimo: bem mineiro e que adoramos! Mas queríamos uma farofa diferente, com um 'que' especial... pesquisamos na internet, 'googlamos', testamos e erramos, até enfim chegar chegar na receita ideal de farofa de maracujá, feita com farinha de milho! (Inspirações aqui e aqui.) O legal desta receita é o azedinho do suco e o crocante das sementes!


Farofa de maracujá (para umas 8 pessoas):
  • 1kg farinha de milho (para ser mais mineirinha e ficar bem amarelinha!)
  • 1 cebola ralada
  • umas 75g de manteiga com sal
  • umas 4 colheres (sopa) de azeite
  • 1 maracujá grande
  • sal e pimenta do reino branca moía na hora - ambos a gosto
O segredo é não exagerar no maracujá, para não ficar uma farofa azeda! Na primeira vez nós erramos feio!


Aquecer o azeite junto com a manteiga e colocar a cebola para murchar. Em seguida colocar a polpa de maracujá. Aqui o outro segredo: refogar por uns 5 minutos, até que a polpa se solte totalmente das sementes. Depois ir colocando a farinha aos poucos e controlar para não ficar muito seca, nem muito molhada. Tem um ponto ideal que a farofa fica úmida, mas bem soltinha! Depois é só corrigir o sal e colocar pimenta a gosto.


Bem, decididos pela farofa, faltava o prato principal... Me lembrei que minha sogra sempre faz um franguinho na cerveja, bem temperadinho, que é simplesmente divino e achei que combinaria muito bem! Resolvemos testar e ... realmente combinou muito bem! Então ficou resolvido: sobrecoxas de frango assadas na cerveja preta! Aí, começamos a testar e praticar a combinação diversas vezes, para não ter erro no dia!


Confirmamos que a receita era boa poucos dias antes do Natal, quando hospedamos meu primo e sua esposa, super queridos, e servimos esta combinação no almoço. Eles disseram que adoraram e inclusive quiseram saber como fazer! Mas eles comem bem pouquinho e como são super educados a gente ainda tinha dúvidas se o prato era BOM ou apenas bonzinho... Porém alguns dias depois, quando eles já tinham voltado para sua cidade, meu primo mandou um email para o marido lindo perguntando mais detalhes sobre a receita porque eles queriam muito fazer! Ebaaaa! Eles gostaram muito mesmo!


Frango na cerveja preta
(calcular uns 2 pedaços de frango por pessoa e o resto é no olho - ou no sentimento, como diz o lindo!)


Sobrecoxas de frango
Alho, Sal, Molho Inglês, Coloral e Páprica Picante
Cerveja Escura (nós usamos a Caracu)
Bacon em fatias


Temperar o frango com antecedência (pelo menos umas 6 horas antes, se puder ser mais, melhor!) e deixar marinando no tempero. Marido lindo gosta de colocar tudo em um saco de plástico, bem amarrado na geladeira e mexer algumas vezes ao longo do dia. Parece que a Nigella já ensinou isto... Na hora de assar, dispor em um pirex ou refratário e por cima de cada pedaço colocar uma ou meia fatia de bacon. (Se você não gosta ou acha pouco saudável pode colocar apenas um pedacinho! Ele dá um aroma especial, um gostinho delicioso e ajuda a deixar o frango úmido, sem tostar a parte de cima! Nossos anfitriões, que não comem carne de porco, optaram simplesmente por tirar o bacon na hora de servir, para não perderem nada!) Depois é só colocar a cerveja até cobrir uns 2/3 da altura do frango. Assar em forno médio, nos primeiros 10 minutos coberto com papel alumínio e depois sem ele para dourar e secar (não totalmente!) a cerveja (não sei por quanto tempo! de novo, vai pelo sentimento...).




Para acompanhar, optamos por uma salada de tomatinhos italianos (partir em 2 ou 4 pedaços - dependendo do tamanho - colocar um pouquinho de sal e depois de alguns minutos drenar o excesso de líquido), salada de agrião com queijo parmesão em lascas, temperada com azeite, e arroz branco.



O mais legal é que os responsáveis pela sobremesa entraram totalmente no clima e interpretaram super bem o conceito da culinária folk!


Mesmo sem termos combinado nada, um levou: Sorvete de queijo e Calda de Goiabada...



... e o outro casal levou Mousse de Doce de Leite!


Tudo divino, mineiro e com um toque especial! Preciso falar mais alguma coisa?


Ah! Preciso sim: que os anfitriões como sempre nos receberam com queijos, pestiscos e vinhos e que os tradicionais 'chefs', apesar de terem também levado vinhos, se sentiram com as mão vazias e acharam muito estranho pela primeira vez estarem fora da cozinha! Rsrsrs...

sábado, 20 de março de 2010

Café dos velhos tempos!!!


Outro dia meu pai estava a reclamar que o café feito em sua casa não tem mais o mesmo sabor e, especialmente, que ele tem cada dia um sabor!

A explicação segundo ele é simples e nostálgica: antigamente os coadores de café eram de flanela e quanto mais velhinho o coador melhor era o café... Para garantir que o café tivesse o mesmo sabor todos os dias, o coador não era nem lavado de um dia para o outro! Deixava-se o pó depois de coar o café do dia e antes de fazer novo café no dia seguinte é que se tirava o pó deixando o coador apenas sob água corrente, sem sabão nem nada!

Atualmente, o coador é de uma malha sintética e para piorar a situação a minha vó (cabeça dura como só ela, mas que eu amo demais!) cisma de lavar o coador com detergente e vira e mexe ainda o coloca de molho na água sanitária "que é para ele ficar branquinho e bunitinho de novo"!

Ainda em clima de nostalgia e sobre café, há mais tempo meu pai também dizia que café bom era aquele passado na hora, água fervida no fogão a lenha, e servido nas xícaras esmaltadas que queimavam os lábios de tão quentes que ficavam!

Lá no sítio ainda temos: velhinhas, azuis e decoradas como estas!


Para minha surpresa e alegria em minha última ida ao Mercado Central me deparei com isto:

Um coador de flanela, para passar um café individual na xícara esmaltada! Claro que eu não resisti e comprei para presentear o meu pai! Vou ficar devendo apenas o fogão a lenha! Rsrsrs...


segunda-feira, 8 de março de 2010

Natal depois do Carnaval!?! ou "o incrível pequenino apê"


Em um país que tem carnaval o ano todo, através das micaretas, até que não seria tão original!!!

Mas o caso não é esse... É bem mais simples! Eu não queria deixar de postar a minha decoração de natal em 2009 e a transformação da mesma para receber o ano novo 2010, só que já chegamos em março!!!

Eu descrevi assim suscintamente meu último reveillon, por email, para uma amiga:

A virada do ano foi totalmente inusitada e deliciosamente surpreendente! No meio de tanta chuva e com a falta de férias, pois o prefeito me colocou para trabalhar até dia 31, optamos por reunir as famílias: meus pais, minha vó e os pais do (marido lindo), sua irmã com namorado e a tia dele! De última hora ainda apareceu a minha madrinha! E o melhor: sabe onde aconteceu este mega evento para 11 pessoas? No nosso pequenino apê! Apostei que pareceríamos a multidão de Copacabana! Mas no fim das contas, com uma reformulação total do lay-out e um clima super agradável entre as duas famílias que praticamente só tinham se encontrado no nosso casamento e uns 2 aniversários, tudo correu maravilhosamente bem, com muita alegria! Família é bom, né? Depois eu mando umas fotos!

No dia 31/12/09, até às 2hs da tarde, a sala do pequenino apê era assim......

Biombo com as fotos natalinas e as bolas vermelhas!

Árvore de Natal, presépio, bolas douradas e velas sobre o aparador!

No inicinho da noite, para receber meus mais preciosos convidados para a ceia de ano novo a sala do pequenino apê ficou assim:

O biombo foi passear em outro cômodo e o aparador veio para perto da entrada!
As mesas que juntas fazem a mesa de jantar da casa foram separadas para acomodar mais cadeiras!

O aparador serviu de apoio e, na falta de espaço, a cor das taças serviu para decorar ao lado dos castiçais rococós e da imagem de Nossa Senhora.

E eu ainda não disse tudo! Para agradar gregos e troianos, nada de simplificar e reduzir o cardápio! Além dos petiscos - castanhas, nozes, avelãs, amendoas, passas e queijos - tivemos três carros chefes (que eu não fotografei, mas aí também já era demais para eu dar conta, né?): sushis diversos (comprado pronto), falso bobó de camarão com verdadeiro catupiry (receita criada pela minha mãe) e bacalhoada à moda da minha sogra!

Eu me imcumbi da sobremesa: salada de frutas "natalinas", com calda de morangos e mirtilhos e creme 'divino'! A inspiração veio daqui e daqui, mas foi uma livre adaptação!

(a foto não ficou nada boa!)

Para a salada:
melão em bolinhas (usando o boleador), uvas verdes sem sementes, pêssegos, nectarinas, ameixas e cerejas.

Para o creme:
era para ser mascarpone, mas eu substituí por creme de ricota, batido com mel e raspas de casca de limão siciliano.

Para a calda:
morangos, mirtilos (blueberries), acúcar e suco de limão siciliano.

Montagem:
creme + salada de frutas da época + calda vermelha + sementes de romã

Criei também uma versão sem açúcar utilizando um sorvete diet de baunilha com frutas vermelhas no lugar da calda e do creme!

Para finalizar ainda tínhamos castanhas portuguesas, preparadas pelo vovó, mas a comilança e a diversão foi tanta que só lembramos delas quando os últimos convidados estavam se despedindo!

Aproveito para desejar, mais uma vez, um feliz 2010, com muitos motivos para comemorar! Tim tim!