sábado, 27 de março de 2010

Marido 'chef' em um jantar 'folk'



Tivemos mais um daqueles jantar entre amigos que já contei aqui (quando eu levei a sobremesa).

A diferença é que desta vez o jantar era por nossa conta! E a sobremesa é que foi delegada a outros!


E como o marido lindo já havia prometido aos amigos, atacamos de culinária folk, um conceito do marido lindo que eu já expliquei aqui! Ele foi o chef e eu a ajudante!


O prato escolhido foi frango na cerveja preta com farofa de maracujá!


Escolher o prato não foi nada fácil... Aliás, foi o mais difícil! Eu explico:
Para ser folk tínhamos que escolher um prato que remetesse às nossas raízes, à nossa tradição... E como bons mineiros, a gente logo pensou em costelinha (fizemos uma ao molho de vinho de jabuticaba, certa vez... sem comentários! e tem também a versão no suco de mixirica! hummm...), feijão tropeiro, pernil, frango com quiabo e tantas outras! Mas, existia um porém: dentre os nossos amigos um não come carne de porco (isto eliminou 40% das possibilidades!) e outra não come carne vermelha, nem frango ensopado (isto eliminou mais 50% das possibilidades!)! Sobraram 10% de possibilidades que na verdade não sabíamos bem quais eram! Rsrsrsrs...
Podíamos fazer um peixe, mas para ser mineiro o melhor é que fosse peixe de rio, especialmente surubim. Mas nunca fizemos antes! Ou podia ser frango (assado, frito, grelhado) desde que não fosse ensopado!
Farofa seria um acompanhamento ótimo: bem mineiro e que adoramos! Mas queríamos uma farofa diferente, com um 'que' especial... pesquisamos na internet, 'googlamos', testamos e erramos, até enfim chegar chegar na receita ideal de farofa de maracujá, feita com farinha de milho! (Inspirações aqui e aqui.) O legal desta receita é o azedinho do suco e o crocante das sementes!


Farofa de maracujá (para umas 8 pessoas):
  • 1kg farinha de milho (para ser mais mineirinha e ficar bem amarelinha!)
  • 1 cebola ralada
  • umas 75g de manteiga com sal
  • umas 4 colheres (sopa) de azeite
  • 1 maracujá grande
  • sal e pimenta do reino branca moía na hora - ambos a gosto
O segredo é não exagerar no maracujá, para não ficar uma farofa azeda! Na primeira vez nós erramos feio!


Aquecer o azeite junto com a manteiga e colocar a cebola para murchar. Em seguida colocar a polpa de maracujá. Aqui o outro segredo: refogar por uns 5 minutos, até que a polpa se solte totalmente das sementes. Depois ir colocando a farinha aos poucos e controlar para não ficar muito seca, nem muito molhada. Tem um ponto ideal que a farofa fica úmida, mas bem soltinha! Depois é só corrigir o sal e colocar pimenta a gosto.


Bem, decididos pela farofa, faltava o prato principal... Me lembrei que minha sogra sempre faz um franguinho na cerveja, bem temperadinho, que é simplesmente divino e achei que combinaria muito bem! Resolvemos testar e ... realmente combinou muito bem! Então ficou resolvido: sobrecoxas de frango assadas na cerveja preta! Aí, começamos a testar e praticar a combinação diversas vezes, para não ter erro no dia!


Confirmamos que a receita era boa poucos dias antes do Natal, quando hospedamos meu primo e sua esposa, super queridos, e servimos esta combinação no almoço. Eles disseram que adoraram e inclusive quiseram saber como fazer! Mas eles comem bem pouquinho e como são super educados a gente ainda tinha dúvidas se o prato era BOM ou apenas bonzinho... Porém alguns dias depois, quando eles já tinham voltado para sua cidade, meu primo mandou um email para o marido lindo perguntando mais detalhes sobre a receita porque eles queriam muito fazer! Ebaaaa! Eles gostaram muito mesmo!


Frango na cerveja preta
(calcular uns 2 pedaços de frango por pessoa e o resto é no olho - ou no sentimento, como diz o lindo!)


Sobrecoxas de frango
Alho, Sal, Molho Inglês, Coloral e Páprica Picante
Cerveja Escura (nós usamos a Caracu)
Bacon em fatias


Temperar o frango com antecedência (pelo menos umas 6 horas antes, se puder ser mais, melhor!) e deixar marinando no tempero. Marido lindo gosta de colocar tudo em um saco de plástico, bem amarrado na geladeira e mexer algumas vezes ao longo do dia. Parece que a Nigella já ensinou isto... Na hora de assar, dispor em um pirex ou refratário e por cima de cada pedaço colocar uma ou meia fatia de bacon. (Se você não gosta ou acha pouco saudável pode colocar apenas um pedacinho! Ele dá um aroma especial, um gostinho delicioso e ajuda a deixar o frango úmido, sem tostar a parte de cima! Nossos anfitriões, que não comem carne de porco, optaram simplesmente por tirar o bacon na hora de servir, para não perderem nada!) Depois é só colocar a cerveja até cobrir uns 2/3 da altura do frango. Assar em forno médio, nos primeiros 10 minutos coberto com papel alumínio e depois sem ele para dourar e secar (não totalmente!) a cerveja (não sei por quanto tempo! de novo, vai pelo sentimento...).




Para acompanhar, optamos por uma salada de tomatinhos italianos (partir em 2 ou 4 pedaços - dependendo do tamanho - colocar um pouquinho de sal e depois de alguns minutos drenar o excesso de líquido), salada de agrião com queijo parmesão em lascas, temperada com azeite, e arroz branco.



O mais legal é que os responsáveis pela sobremesa entraram totalmente no clima e interpretaram super bem o conceito da culinária folk!


Mesmo sem termos combinado nada, um levou: Sorvete de queijo e Calda de Goiabada...



... e o outro casal levou Mousse de Doce de Leite!


Tudo divino, mineiro e com um toque especial! Preciso falar mais alguma coisa?


Ah! Preciso sim: que os anfitriões como sempre nos receberam com queijos, pestiscos e vinhos e que os tradicionais 'chefs', apesar de terem também levado vinhos, se sentiram com as mão vazias e acharam muito estranho pela primeira vez estarem fora da cozinha! Rsrsrs...

sábado, 20 de março de 2010

Café dos velhos tempos!!!


Outro dia meu pai estava a reclamar que o café feito em sua casa não tem mais o mesmo sabor e, especialmente, que ele tem cada dia um sabor!

A explicação segundo ele é simples e nostálgica: antigamente os coadores de café eram de flanela e quanto mais velhinho o coador melhor era o café... Para garantir que o café tivesse o mesmo sabor todos os dias, o coador não era nem lavado de um dia para o outro! Deixava-se o pó depois de coar o café do dia e antes de fazer novo café no dia seguinte é que se tirava o pó deixando o coador apenas sob água corrente, sem sabão nem nada!

Atualmente, o coador é de uma malha sintética e para piorar a situação a minha vó (cabeça dura como só ela, mas que eu amo demais!) cisma de lavar o coador com detergente e vira e mexe ainda o coloca de molho na água sanitária "que é para ele ficar branquinho e bunitinho de novo"!

Ainda em clima de nostalgia e sobre café, há mais tempo meu pai também dizia que café bom era aquele passado na hora, água fervida no fogão a lenha, e servido nas xícaras esmaltadas que queimavam os lábios de tão quentes que ficavam!

Lá no sítio ainda temos: velhinhas, azuis e decoradas como estas!


Para minha surpresa e alegria em minha última ida ao Mercado Central me deparei com isto:

Um coador de flanela, para passar um café individual na xícara esmaltada! Claro que eu não resisti e comprei para presentear o meu pai! Vou ficar devendo apenas o fogão a lenha! Rsrsrs...


segunda-feira, 8 de março de 2010

Natal depois do Carnaval!?! ou "o incrível pequenino apê"


Em um país que tem carnaval o ano todo, através das micaretas, até que não seria tão original!!!

Mas o caso não é esse... É bem mais simples! Eu não queria deixar de postar a minha decoração de natal em 2009 e a transformação da mesma para receber o ano novo 2010, só que já chegamos em março!!!

Eu descrevi assim suscintamente meu último reveillon, por email, para uma amiga:

A virada do ano foi totalmente inusitada e deliciosamente surpreendente! No meio de tanta chuva e com a falta de férias, pois o prefeito me colocou para trabalhar até dia 31, optamos por reunir as famílias: meus pais, minha vó e os pais do (marido lindo), sua irmã com namorado e a tia dele! De última hora ainda apareceu a minha madrinha! E o melhor: sabe onde aconteceu este mega evento para 11 pessoas? No nosso pequenino apê! Apostei que pareceríamos a multidão de Copacabana! Mas no fim das contas, com uma reformulação total do lay-out e um clima super agradável entre as duas famílias que praticamente só tinham se encontrado no nosso casamento e uns 2 aniversários, tudo correu maravilhosamente bem, com muita alegria! Família é bom, né? Depois eu mando umas fotos!

No dia 31/12/09, até às 2hs da tarde, a sala do pequenino apê era assim......

Biombo com as fotos natalinas e as bolas vermelhas!

Árvore de Natal, presépio, bolas douradas e velas sobre o aparador!

No inicinho da noite, para receber meus mais preciosos convidados para a ceia de ano novo a sala do pequenino apê ficou assim:

O biombo foi passear em outro cômodo e o aparador veio para perto da entrada!
As mesas que juntas fazem a mesa de jantar da casa foram separadas para acomodar mais cadeiras!

O aparador serviu de apoio e, na falta de espaço, a cor das taças serviu para decorar ao lado dos castiçais rococós e da imagem de Nossa Senhora.

E eu ainda não disse tudo! Para agradar gregos e troianos, nada de simplificar e reduzir o cardápio! Além dos petiscos - castanhas, nozes, avelãs, amendoas, passas e queijos - tivemos três carros chefes (que eu não fotografei, mas aí também já era demais para eu dar conta, né?): sushis diversos (comprado pronto), falso bobó de camarão com verdadeiro catupiry (receita criada pela minha mãe) e bacalhoada à moda da minha sogra!

Eu me imcumbi da sobremesa: salada de frutas "natalinas", com calda de morangos e mirtilhos e creme 'divino'! A inspiração veio daqui e daqui, mas foi uma livre adaptação!

(a foto não ficou nada boa!)

Para a salada:
melão em bolinhas (usando o boleador), uvas verdes sem sementes, pêssegos, nectarinas, ameixas e cerejas.

Para o creme:
era para ser mascarpone, mas eu substituí por creme de ricota, batido com mel e raspas de casca de limão siciliano.

Para a calda:
morangos, mirtilos (blueberries), acúcar e suco de limão siciliano.

Montagem:
creme + salada de frutas da época + calda vermelha + sementes de romã

Criei também uma versão sem açúcar utilizando um sorvete diet de baunilha com frutas vermelhas no lugar da calda e do creme!

Para finalizar ainda tínhamos castanhas portuguesas, preparadas pelo vovó, mas a comilança e a diversão foi tanta que só lembramos delas quando os últimos convidados estavam se despedindo!

Aproveito para desejar, mais uma vez, um feliz 2010, com muitos motivos para comemorar! Tim tim!