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sábado, 20 de março de 2010

Café dos velhos tempos!!!


Outro dia meu pai estava a reclamar que o café feito em sua casa não tem mais o mesmo sabor e, especialmente, que ele tem cada dia um sabor!

A explicação segundo ele é simples e nostálgica: antigamente os coadores de café eram de flanela e quanto mais velhinho o coador melhor era o café... Para garantir que o café tivesse o mesmo sabor todos os dias, o coador não era nem lavado de um dia para o outro! Deixava-se o pó depois de coar o café do dia e antes de fazer novo café no dia seguinte é que se tirava o pó deixando o coador apenas sob água corrente, sem sabão nem nada!

Atualmente, o coador é de uma malha sintética e para piorar a situação a minha vó (cabeça dura como só ela, mas que eu amo demais!) cisma de lavar o coador com detergente e vira e mexe ainda o coloca de molho na água sanitária "que é para ele ficar branquinho e bunitinho de novo"!

Ainda em clima de nostalgia e sobre café, há mais tempo meu pai também dizia que café bom era aquele passado na hora, água fervida no fogão a lenha, e servido nas xícaras esmaltadas que queimavam os lábios de tão quentes que ficavam!

Lá no sítio ainda temos: velhinhas, azuis e decoradas como estas!


Para minha surpresa e alegria em minha última ida ao Mercado Central me deparei com isto:

Um coador de flanela, para passar um café individual na xícara esmaltada! Claro que eu não resisti e comprei para presentear o meu pai! Vou ficar devendo apenas o fogão a lenha! Rsrsrs...


sexta-feira, 18 de abril de 2008

Importante é ver o lado bom, ou, pelo menos, engraçado das coisas...

Ontem fui visitar minha vó. Uma delas...

Já há algumas semanas eu estava tentando fazer isso, mas o dia-a-dia é tão corrido que não conseguia... Só que, como tempo a gente não tem nunca mesmo, é preciso criá-lo. Por isso eu coloquei como prioridade desta semana visitar a vovó e foi assim que fiz: fui trabalhar mais cedo, para sair também mais cedo e passar na casa dela em um horário adequado... Deu certo!

Ela está com mal de Alzheimer, diagnósticado há alguns anos, uma doença triste para quem tem e para quem convive, que entre outras coisas causa perda de memória, iniciando pela memória mais recente e gradativamente atingindo as mais antigas. A medicina ainda não sabe tudo sobre esta doença, mas mesmo assim já existem medicamentos... Enfim, ela está bem dentro do possível e para a idade já bem avançada.

Inusitado é como os papéis se invertem...
Quem consegue falar de vó sem lembrar de comidas gostosas? Eu não consigo! Sempre me lembro dos franguinhos caipiras que ela fazia, principalmente, do frango ao molho pardo. Também inesquecíveis eram alguns pães e biscoitos... Se não me engano, tinha um que se chamava pão de Cristo... Hummm! E tinha um biscoito frito, salgado, delicioso! Era a conta dela fritar e acabar tudo!
Pois bem..., mas ontem fui eu quem passou na padaria e levou para ela uns biscoitinhos (arrumar tempo para eu mesma fazer já era pedir demais, bem que eu queria!). Para falar a verdade, ela não me reconheceu, (eu já esperava, então sem dramas!) mas adorou os biscoitinhos de polvilho e queijo! Comeu bastante!
Eu fiquei lá por mais de duas horas. E ela lá, quietinha, sentada na poltrona, comendo biscoitos e bebendo um suco. Disse poucas palavras, mesmo assim só quando questionada, mas parecia tranquila. Escutava as conversas...

Três tias minhas estavam lá e falavam sem parar e alto. Certa hora começaram a falar de dívidas: fulano já pagou as dívidas, cicrano que ainda precisa pagar, alguém que se endividou por isso, ou por aquilo... Então eu vi que já estava ficando tarde e fui me despedir da vovó. Neste momento ela segurou a minha mão e me perguntou porque eu ia embora. Disse que já era hora, que o marido lindo já devia estar em casa me esperando. E ela ainda segurando a minha mão:
- Você vai embora por causa das dívidas, minha filha?
Não teve jeito de não acharmos graça, caimos na risada! Ela achou que as dívidas eram minhas e, mesmo sem ter se lembrado de mim, demonstrou sua preocupação e ternura... Um amor mesmo a vovó! E ela ficou bem aliviada quando eu conseguí convencê-la de que eu não tinha dívidas e que ia embora mesmo por causa da hora!